Avançar para o conteúdo principal

Entrevista a Ruben Vezo

  Ganhou notoriedade na primeira metade da época 2013/2014 e aparece agora como jogador do Valência Club de Fútbol. O defesa-central português Ruben Vezo pegou de estaca na equipa do Vitória FC na presente época e desde aí que vinha sendo seguido por outros clubes, entre os quais se destacou a formação ché que agora representa. E sobre a sua formação há pouco que se possa contar. Ruben manteve-se fiel ao Vitória, clube da cidade onde nasceu. Começou a jogar à bola com a tenra idade de 6 anos e tem como referência defensiva o brasileiro Thiago Silva. Humilde e esforçado, o setubalense sonha um dia vencer a Liga dos Campeões.

  Antes de dar início à entrevista gostaria de agradecer publicamente a Ruben Vezo que mostrou imensa disponibilidade e humildade durante todo este processo que levou à entrevista. A ele um muitíssimo obrigado. Sucesso para a sua grande carreira. Votos de Luís Barreira, fundador da Crónica Futebolística.



1. Começou a sua carreira como futebolista aos 6 anos. Sentiu que nessa altura podia alcançar o seu atual patamar?

  Comecei a jogar com 6 anos. Jogava muito à bola em casa, então a minha mãe decidiu meter-me no futebol apenas por divertimento e por distração, nunca imaginando ela que fosse essa a profissão que eu viria a seguir. Eu com 6 anos como é claro não tinha noção das coisas, apenas gostava de jogar futebol e dizia que queria ser jogador, mas era o sonho típico de um menino de 6 anos. Nunca com essa idade me passou pela cabeça chegar onde estou hoje.

2. É notório que deu nas vistas, sendo promovido com 16/17 anos ao plantel sénior do Vitória. Como encarou essa oportunidade?

  Encarei essa oportunidade com muita força e determinação, sendo uma oportunidade única tinha que a aproveitar, porque sendo promovido ao plantel sénior tive que deixar a escola porque não dava para conciliar as duas coisas. Nunca tive dúvidas de qual era a minha escolha, era sem dúvida o futebol e aproveitar esta oportunidade. Mas foi uma decisão difícil de explicar à minha mãe e de ela perceber que era uma oportunidade única para dar continuidade ao meu sonho, custou, mas com o passar do tempo ela foi aceitando a decisão.

3. Sejamos sinceros: no início da época 2013/2014, Rúben Vezo era um nome desconhecido para muitos. Alguns meses depois era o nome que estava na boca de muitos seguidores do futebol português. Como encara essa sua evolução meteórica?

  Sim, no início da época é certo que ninguém me conhecia, era um "menino" vindo dos juniores e desconhecido para a maior parte das pessoas. Mas a época felizmente começou a correr bem e fico feliz por agora estar, pela positiva, na boca de muitos seguidores do futebol português como você disse, é sinal que o trabalho que estou a desenvolver está a ser bom e agora é dar continuidade porque ainda há muito caminho a percorrer.

4. Muitas vezes o jogador português critica a falta de oportunidades que as equipas portuguesas oferecem aos seus atletas quando estão para ingressar nos plantéis principais. Tendo essa oportunidade no Vitória, quão grato se considera para com o clube?

  Muitos jogadores reclamam oportunidades e muitos treinadores se calhar têm medo de as dar, ainda para mais na minha posição de defesa central que é uma posição digamos que arriscada porque é muito mais fácil apostar num jovem avançado do que num jovem defesa, porque se o avançado falhar tem uma equipa inteira atrás dele, agora se um defesa falhar tem somente o guarda-redes atrás dele, mas felizmente não passei por essa situação, trabalhei muito para merecer a confiança do mister José Mota.
 
  Por exemplo, 20 dias antes do dia de me apresentar no Vitória para o arranque da pré-temporada comecei a treinar com um preparador físico e amigo que se chama Ventura, ele trabalhou-me fisicamente com treinos muito duros para chegar a altura da pré-época e eu estar melhor fisicamente que os outros e foi isso que aconteceu. 

  Eu abdiquei das minhas férias, coisa do qual não estou arrependido, e cheguei aos treinos de pre época e estava melhor fisicamente que os outros e sobressaia-me nos treinos, acho que essa foi a chave para o meu "sucesso" neste começo de carreira profissional.
E como é claro estou extremamente agradecido a estas pessoas que me ajudaram e pela oportunidade e depósito de confiança que o mister Mota me deu.

5. Não demorou muito até dar nas vistas e ser referenciado como reforço de clubes mais sonantes. Como encarou essas associações?

  É claro que ficava contente e satisfeito com essas associações, mas tentava encará-las com alguma indiferença, estava focado no Vitória e em ajudar o clube a atingir os seus objetivos e não me queria desconcentrar com outras coisas.

6. Chegou o Valência, uma nova etapa na sua vida. Considera ser um sonho tornado realidade?

  Sim, é sem dúvida um sonho tornado realidade jogar na melhor liga do mundo, num dos grandes de Espanha e num clube referência a nível mundial, jogar contra jogadores de classe mundial que antigamente só via pela televisão e hoje posso defrontá-los, é muito satisfatório.

7. Uma mudança pode ser sempre incómoda. Novas caras e novo ambiente. Sente que teve uma boa base de apoio quando chegou a Espanha?

  Quando é que uma mudança é incómoda quando estamos a concretizar o nosso sonho? Penso que nunca. Tenho uma boa base de apoio porque trouxe comigo a minha mãe e a minha irmã, elas que são a minha base e vão ser fundamentais no apoio e equilíbrio emocional quando as coisas possam estar a correr menos bem.

8. Considera que terá uma adaptação rápida e eficaz ao futebol espanhol? Os jogadores portugueses no clube ajudaram o Rúben neste novo período?

  Sim, penso que adaptação está a ser rápida e boa, os meus colegas portugueses bem como toda a equipa receberam-me muito bem, estavam constantemente a dar palavras de incentivo e deixaram-me logo à vontade, diziam para não ter medo de falar e para falar à vontade nos treinos, dar indicações e essas coisas porque era mais um que lá estava para ajudar. E estou a adaptar-me bem ao ritmo, aos novos métodos de jogo e de trabalho e de dia para dia sinto-me muito melhor.

9. Veio do Vitória para o Valência, tendo possibilidade de disputar as competições europeias além de poder ter a função de marcar diretamente jogadores como Ronaldo e Messi. Como encara essa oportunidade? Pressiona-o duma forma positiva?

  Encaro essa oportunidade com muita naturalidade, é um sonho poder jogar essas competições europeias e o facto de jogar em grandes estádios, com ambientes fantásticos, contra jogadores como Ronaldo e Messi, mas não vejo essa oportunidade como pressão e sim de grande motivação por poder jogar nestas condições que disse. 

10. Costuma-se dizer que o céu é o limite. Quais são os seus objetivos/ambições para esta e as seguintes épocas?

  Os meus objectivos para esta época e para as outras épocas passam por trabalhar muito, sempre no limite, para poder continuar a aprender, continuar a evoluir e jogar nesta equipa para dar o meu contributo ao Valência, ajudando a atingir os objectivos estipulados no inicio da época pelo clube e pela equipa.

11. Respostas relâmpago: Jogador favorito? Treinador favorito? Uma qualidade? Um defeito? Um objetivo na sua carreira?

  Thiago Silva, José Mourinho, uma qualidade: sou amigo do meu amigo e tento sempre que os meus estejam bem, um defeito: por vezes enervo-me com alguma facilidade e acabo por dizer coisas que não quero dizer às pessoas que menos devo dizer. E tenho como objectivo um dia ganhar uma Liga dos Campeões e estar no lote dos melhores defesas do mundo.

12. Por fim, se desejar, deixe uma breve mensagem aos seus fãs e aqueles que o apoiam de diversas formas.  

  Queria agradecer a todos que me ajudaram, que me acompanharam e acompanham, que torcem por mim, que deixam mensagens de apoio e incentivo, estou-vos muito agradecido e deixo aqui desde já o meu grande OBRIGADO. Beijinhos e abraços.

Comentários

Popular Posts

Entrevista a Issey Nakajima-Farran

  Issey Nakajima-Farran is a 30 year old soccer player, artist and citizen of the world. He has played in 4 continents in his 12 professional years, After he parted ways with Impact Montreal, he's focusing in his art and shared with Crónica Futebolística his amazing life story. I would like to personally thank Issey for his sympathy and avaliability.      Before reading this interview, you can follow Issey in his social media: Instagram Twitter http://isseyart.com/  - He's avaliable to sign a message for who's interested in his prints.   Issey Nakajima-Farran é um futebolista, artista e cidadão do mundo de 30 anos. Já jogou em 4 continentes durante os seus 12 anos como profissional. Após rescindir com o Impact Monteal, foca-se agora na sua arte e partilhou com a Crónica Futebolística a sua magnífica história de vida. Gostaria de agradecer ao Issey pela simpatia e disponibilidade.   Antes de ler a entrevista, pode seguir Issey ...

20 potenciais revelações da Liga NOS

  Com mais uma temporada futebolística a aproximar-se mais e mais, é perfeitamente normal e compreensível que o nível de expectativa e euforia para ver os novos reforços em duelos oficiais - em especial os mais sonantes ou cuja 'novela' teve mais tempo de antena durante a pré-temporada - seja proporcional à posterior vontade de tirar ilações dos mesmos. Acontece que, por vezes, são os mais subtis a dar nas vistas. Não vivendo o mesmo clima de pressão, não é incomum ter um jogador quase incógnito a dar nas vistas e a brilhar. Ainda noutro cenário, a prata da casa pode explodir. Seja ou não reforço, hoje a Crónica Futebolística fala-lhe de 20 potenciais revelações da Liga NOS .   Para a lista abaixo há, claro, alguns requisitos. Jogadores com o valor e estatuto primeiramente reconhecido no futebol nacional e posteriormente internacional estão obviamente excluídos. Futebolistas cujo reconhecimento no futebol mundial é assinalável e relativamente consensual - casos de, por ...

O curado enfrenta o ferido

  Sabe-se que a meio da semana os dois adversários de hoje tiveram momentos completamente distintos no que toca a compromissos europeus. Começando pelas viagens. O Porto ficou-se pelo Dragão, enquanto que o Sporting viajou até à Hungria para defrontar o Videoton de Paulo Sousa. Os desfechos dos jogos em questão também foram diferentes, não fosse o Sporting despedir Sá Pinto se este tivesse vencido em terrenos forasteiros. Já os dragões conseguiram vencer o Paris Saint-Germain com uma exibição de gala, rara nos tempos de Vítor Pereira. Agressividade, discernimento, objetividade e criatividade caracterizaram os 90 minutos portista em relvado português. As duas equipas em momentos distintos encontram-se hoje. É a guerra do curado (depois de falhar a vitória frente ao Rio Ave) e do ferido. Na teoria já se sabe como seria o desfecho, porém existe quem diz que os clássicos são jogos à parte, que ignoram completamente a corrente de jogos recentes. Noutra palavra, imprevisíveis. ...