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Um novo protagonista

 Esta é a época onde se irá consumar a trilogia perfeita entre catalães e madrilistas. Depois de duas temporadas marcadas por duelos entre Mourinho e Guardiola o capítulo final desde período de 3 temporadas iniciou com um novo protagonista: Tito Vilanova. Estando num papel secundário nas últimas 2, o catalão que até ao momento era adjunto do impulsionador da mentalidade triunfante dos blaugrana tomou papel de protagonista com resultados, para já, muito positivos. Sempre se diz que a identidade de jogo do Barcelona está presente em todos os possíveis escalões: desde as combinações pacientes e inteligentes de Xavi-Iniesta até ao menino novo que chegou aos mais inexperientes escalões de jovens. Com 5 anos o catalão Xavi Hernandéz já ponha em prática a filosofia culé nas escolinhas, vejam lá. Mas isso é um caso para aprofundar posteriormente. A identidade do Barcelona está presente em toda a sua instituição. Tito Vilanova começou a senti-la duma forma "melhor é impossível". Apesar de nunca ter jogado pela equipa A do clube catalão decerto que o agora líder naquela que é designada por muitos como a melhor equipa de sempre teve vivências fantásticas observando a equipa de Cruyff vencer tudo. E, se for tema numa eventual entrevista, acredito que essa sempre será uma das suas fontes de inspiração. Iriam acabar por vencer a Liga dos Campeões em 1992 com um tal de Pep Guardiola nesse plantel...

  De qualquer forma Tito Vilanova não foi um jogador de topo, alguém que se destacasse no panorama da formação dos catalães. Após sair da equipa B donde militou por um par de anos rumou ao Figueres. Como podem calcular não é uma equipa que hoje em dia faça furor (e duvido que o tenha feito na altura). Mas a mentalidade estava lá. Ela é carimbada em todos os jogadores que passam pelo Barcelona ou, primeiramente, por La Masia. E com tinta permanente no caso de mais tarde ser precisa. No caso de Vilanova a metáfora foi notória já que, 12 anos depois, voltou para treinar a equipa de sub-17. Foi altamente notado por Guardiola, o novo treinador que o colocou como adjunto no seu primeiro ano. A dupla iria continuar intacta por 4 épocas até à saída do até então responsável por continuar a vencer...e a vencer. Porque em quatro épocas Josep Guardiola i Sala teve muitos momentos vitoriosos.

  Substituir um dos treinadores mais marcantes na história dum clube é duro. Aliciante, mas duro. Fala-se do treinador que em 4 anos venceu 14 troféus. Porém, dos mais otimistas saem teorias bastante positivas. Diz-se sobretudo que a filosofia do Barcelona já está incorporada (e já o estava mesmo antes de Pep Guardiola)  e que com alguns retoques mínimos irá correr tudo sobre rodas (novamente). A mentalidade da instituição mantém-se e as expectativas são altas... como sempre devem ser para um clube desta dimensão.
  Então, feita a introdução deste novo protagonista...que comecem os jogos! Que comece a batalha frente a José Mourinho, treinador qual Tito já teve desavenças. Lembre-se da agressão (ou o que quiserem chamar) de Mourinho a Vilanova na Supercopa de 2011, respondendo o na altura adjunto catalão com um empurrão ao português. Agora os desacatos deverão apenas passar às "bocas" que ambos irão mandar ao outro em entrevistas e conferências de imprensa. Ontem o técnico do Barcelona referiu que não estava admirado que Mourinho se tivesse queixado da arbitragem...típica novela de conferências de imprensa. Uma declaração dum treinador é feita e o outro responde-lhe quase imediatamente. São casos, diria eu, inevitáveis. 

  Em Camp Nou 98.000 pessoas viram o primeiro duelo a opor Barcelona e Real Madrid com Vilanova ao leme. O resultado foi aquele que se registou mais vezes em duelos entre Guardiola e Mourinho: a vitória do primeiro. E se virmos as estatísticas a equipa da casa superiorizou-se. 65% de posse de bola e um maior número de remates mostram que, de facto, a essência do Barça está lá. Muita posse de bola (seja contra quem for o estilo de passe, movimentações e posse é o mesmo) e um número muitíssimo superior de remates mostram que, em casa, o Barcelona é uma parede inquebrável. Em Madrid, porém, serão elaboradas as conclusões mais elaboradas. Será o teste mais complicado da carreira de Tito, diga-se. A vantagem do clube catalão é um ítem de pressão para o Real, claro está, mas se há algo que Mourinho sabe fazer é surpreender toda a gente e, como se sabe, trabalhar com uma pressão imaginável. Dia 29 o mundo pára novamente para ver este choque de titãs.

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