Ao virar a página um novo capítulo na história de um clube histórico. Um livro sem analogias entre estes atos ou capítulos que falo. Livro que retrata, também distintas, emoções: tragédia e alegria. Dentro da tragédia há a insegurança, desconfiança, tristeza e revolta. Há depois, como em todas as boas histórias, a preparação. Preparação para uma mudança teoricamente positiva, que se aproxima. E com ela vem, consequentemente, a confirmação. Onde todos aguardam um final feliz. Final esse que está próximo de se confirmar. A não ser que as esperanças sejam, de facto, em falso.
A Juventus é o clube italiano com mais títulos e adeptos. A vida da cidade de Turim. A época passada marcou um dos capítulos mais trágicos na história do clube. Mísero sétimo lugar no campeonato e afastamento numa frase precoce da Liga, para não falar numa humilhação no Olímpico de Turim, face à Roma. Enfim, uma época para esquecer, para todos os bianconeri. Mas tudo mudou, ou pelo menos essa era a expectativa. Antonio Conte veio dar o que Sá Pinto está a dar ao Sporting, por exemplo. Até posso comparar as duas equipas duma forma particular: ambas estão a fazer dos seus respetivos estádios, tremendo nos jogos fora (porém a Juventus já conseguiu, aparentemente, estabilizar nos jogos fora de portas). Um homem da casa, este Antonio Conte. Que curiosamente foi colega de Alessandro Del Piero e de Gianluigi Buffon. Mais uma vantagem: supostamente esses jogadores teriam uma boa relação com o treinador. Vantagens? Uma maior união entre membros históricos do emblema, para promover assim a monitorização aos jogadores mais jovens, por exemplo. Como jogadores ou elementos mais velhos têm como objetivo motivar o resto dos jogadores que, por sua vez, precisam de mentores, pais dentro da equipa. Tanto que Ivan Córdoba dizia que Mourinho era como um pai para o problemático Balotelli.
E no futebol italiano há, realmente, uma mescla (regra geral) de jogadores jovens e outros mais experientes, já em fase descendente de carreira. Mais do que em qualquer país europeu é preciso um novo ciclo italiano, não de jogadores a atuar no país transalpino. São precisos jogadores italianos para alterar a média de idades que, de certa forma, contrasta com o resto da Europa. E a Juventus pode ser a catalisadora dessa mesma transição de ciclo, dada a tradição da Vecchia Signora com a Squadra Azzurra. Regra geral, no 11 titular de Prandelli costumam haver 6 jogadores da Juventus. O que também é um motivo de orgulho para quem é realmente patriótico. No jogo com a Sérvia a defesa (incluindo Buffon) pertencia toda à zebra, com a excepção do napolitano Maggio.
De qualquer forma ir à Liga dos Campeões seria um enorme salto nas realizações da equipa, mudando um bocado o assunto. Jogam hoje frente à Lazio, na sua fortaleza. Um estádio que ainda não lhes deu derrotas nesta época. Mas vendo bem ainda nenhum estádio fez a equipa de Conte perder durante esta época. Um livro com uma difícil aventura contida, porém, com altas expectativas.
Comentários
Enviar um comentário