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Milito, o mestre da psicologia invertida


  O  vencedor do 'prémio' Bidão de Ouro de 2011, Diego Milito, renasceu. O golo contra o Milan no dérbi de San Siro foi a reafirmação deste argentino que quando comandado por Mourinho era o rei da Europa, marcando um número impressionante de golos. Com a saída do português o jogador ressentiu-se bastante, mas pelos vistos está de volta. O Bidone D'Oro tem como objetivo premiar o jogo que desiludiu mais no ano de 2011, na lista ficaram também Krasic e o antigo guarda-redes do Génova, Eduardo. Para qualquer um dos jogador referidos e apontados para a conquista do prémio o descontentamento deve ser uma certeza, claro que existem jogadores que levam isto como uma espécie de mensagem subliminar, sendo Milito um deles.

  No seu último trio de jogos na Serie A marcou mais do que o número de presenças. Marcou na goleada frente ao Lecce, bisou na mão cheia ao Parma e deu a vitória ao Internazionale num jogo frente ao rival da cidade, o que fez com que o golo de Milito projetasse os Nerazurri para outras aspirações, apesar de numa época caótica, instável e cheia de desilusões. Até Dezembro Milito era só mais um deles, mais um jogador do Inter sem qualquer motivação. Não é normal para um colosso ter dois treinadores na primeira metade da época, e muito menos querer escapar aos lugares de despromoção. A equipa não rendia com Gasperini e Milito não estava destinado a ser a exceção à regra. Com a chegada de Ranieri as coisas tornaram-me melhores, mas com alguma instabilidade derivada da insegurança de toda a estrutura do clube ainda presente.

  A vitória frente ao Milan não só colocou o Inter com uma menor desvantagem para um rival direto ao campeonato, mas também motivou e de que maneira os jogadores. Milito deve ser a prova viva disso mesmo, conseguiu voltar aos golos, mas ainda não tem uma sequência definida de exibições deslumbrantes, ou seja, pode ser que seja apenas fogo de vista.

  Não faz sentido excluir o Inter do título nesta altura com uma metade do campeonato ainda por se jogar, com a Juventus a quebrar um pouco e com duelos entre as equipas da frente por vir. Sabe-se que uma eventual vitória do campeonato esta época irá ser dedicada a Giacinto Faccheti, que faleceu em 2006, pouco tempo depois da seleção italiana vencer o campeonato do mundo, na Alemanha. Foi um defesa que era tudo aquilo que muitos jogadores italianos tinham e têm: classe. Jogador pacífico e uma das maiores influências para defesas que ainda hoje marcam a sua presença na Serie A, como Alessandro Nesta, mas outros jogadores também, como Zanetti. Aqui está a mensagem que o Inter deixou no seu site oficial, dedicada a Facchetti, traduzida por mim:

"Para  Giacinto, relembramo-nos da sua bondade, fidelidade e carácter não violento. 
Àquilo que o aconteceria, iria reagir na sua calma e forma serena de ser.
Para Giacinto, deixe cada um de nós agir como se fossemos uma parte dele, nosso símbolo.
Nada de reações excessivas, apenas calma, paciência e fé na nossa integridade.

Massimo Moratti."

  Melhor período da época para Milito e para o histórico emblema italiano, que pode ter mesmo assim chegado tarde aos bons resultados, deixando muitos dos concorrentes passar-lhe à frente no campeonato e ganhar muito terreno sobre a equipa de Milão. Este ano promete ser um novo capítulo nesta edição do campeonato, para os jogadores, para Ranieri e para os adeptos.

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