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Pontos fundamentais no Portugal x EUA

  Aproxima-se o jogo do tudo ou nada para as cores portuguesas no Mundial, uma competição que foi marcada pelos problemas anteriores ao seu pontapé de saída, mas que posteriormente está a ser uma prova absolutamente fantástica. Repleta de golos, surpresas e cenas improvisadas dignas de filmes com imensas reviravoltas. É nestas marés de incerteza que Portugal, equipa teoricamente destroçada após o infeliz embate com os germânicos, defronta os Estados Unidos. 

  Dado por muitos como cavalo negro para aspirar os oitavos de final, os americanos comandados por Jürgen Klinsmann apresentam uma formação coesa que prima pela organização e rigor, mas com uma força de ataque ainda desconhecida para quem não seguiu ativamente a CONCACAF, zona de apuramento dos americanos. A verdade é que um golo aos 30 segundos contra o Gana, carrasco alemão, fez Klinsmann automatizar a sua formação para baixar os blocos e precaver melhor a avalanche ofensiva africana. Portanto o seu verdadeiro poderio ofensivo continua uma incógnita, uma obra a explorar pelo técnico alemão e por jogadores como Michael Bradley, Clint Dempsey ou Fabian Johnson, lateral direito uma enorme intensidade que teve de se focar, na grande maioria de momentos, em tarefas defensivas.

  Será um embate difícil para ambas as equipas e com os dados devidamente lançados em breves notas, a Crónica Futebolística lança igualmente 5 pontos fundamentais à partida para o embate do tudo ou nada para Portugal, onde a vitória americana apura automaticamente a formação capitaneada pelo "Deuce", rapper em tempos livres, Clint Dempsey.

  1. A CONDIÇÃO FÍSICA DE CRISTIANO RONALDO. Claro, este é um ponto absolutamente fundamental. Uma verdade adquirida. Se é inegável que Ronaldo não joga sozinho na seleção e que sozinho não pode decidir jogos, é inegável também que o melhor futebolista do mundo é uma peça chave na formação de Paulo Bento. O melhor marcador da história da seleção portuguesa tem sido - para não variar - capa de jornais em todo o mundo e a sua condição física preocupa os seus milhões de fãs. O tópico CR7 tem sido recorrente nas conferências de imprensa protagonizadas pelos seus colegas e a resposta tem sido apenas uma: de acordo com jogadores como Postiga, Beto, Meireles ou Veloso o craque português está a 100%. Há situações que dizem o contrário tal como é o exemplo do gelo à volta do joelho do extremo. O tira teimas será em campo e 10 milhões de portugueses esperam-no em condições favoráveis depois desta situação que faz lembrar, por exemplo, o cenário de Diego Costa.

  2. O PODERIO OFENSIVO DOS ESTADOS UNIDOS. Orientada por Jürgen Klinsmann, a seleção dos Estados Unidos está ainda por revelar o seu poderio ofensivo neste Mundial. Marcou aos 30 segundos contra o Gana, resguardando imediatamente depois a sua baliza, baixando as linhas e dando o corpo ao manifesto, dando a iniciativa de jogo ao Gana e investindo (mal) em contra-ataques esporádicos e sem grande eficácia muito devido à má exibição de Michael Bradley, um jogador que se pode assemelhar a João Moutinho pelas funções que ambos têm nas suas seleções. A verdade é que a inclusão de Graham Zusi no 11 inicial dos americanos, jogador que a Crónica Futebolística já referenciou por múltiplas vezes, dá a entender um jogo de transições e velocidade por parte da formação de Jürgen Klinsmann. Joga no Sporting Kansas City, campeão da MLS em 2013, e é rápido com a bola, tecnicamente acima da média e imprime uma qualidade de posse que não existe com Altidore nem com Áron Johansson. Graham Zusi é, portanto, uma peça importantíssima.

  3. O PESO DAS AUSÊNCIAS PORTUGUESAS. É elementar que as ausências na seleção nacional deverão e vão mesmo pesar quer em termos qualitativos quer em termos motivacionais. Pepe, Coentrão, Patrício e Hugo Almeida são os ausentes e todos eles são importantes de diferentes formas. Destaco Pepe, uma parede defensiva, e Fábio Coentrão que garante uma profundidade que André Almeida não é capaz de atingir. Acontece que as mudanças também têm os seus aspetos positivos. A inclusão de André Almeida, continuando no mesmo tema, pode dar maiores garantias defensivas contra um flanco que terá Fabian Johnson, rodado na Bundesliga, Bedoya e Zusi (pelas variações de flanco) a criar problemas. A presença de Hélder Postiga no 11 inicial dá mais mobilidade, algo positivo contra centrais que não primam pela velocidade.

  4. BECKERMAN, O TRINCO QUE APARECEU TARDE NA RIBALTA. Outro jogador que já foi múltiplas vezes referenciado pela Crónica Futebolística foi Kyle Beckerman, trinco de 32 anos que apareceu tarde no panorama internacional do futebol. Joga no Real Salt Lake e já foi allstar na MLS por 7 vezes. Tornou-se internacional pela 1ª vez em 2007 e é, de acordo com Luís Freitas Lobo, um comilão de bolas. Um jogador exímio que deu muitas garantias no embate frente ao Gana e que empurrou Jermaine Jones para uma posição mais adiantada no terreno (apesar da possibilidade do duplo pivot ser forte). É um monstro tático ao nível de um grande campeonato europeu. É tão conhecido pelas suas rastas como pela sua qualidade futebolística, mas Kyle Beckerman é um jogador chave pela segurança defensiva e tática que demonstra, assim como pela sua expedita construção de jogo.

  5. A ESTRUTURA TÁTICA DE JÜRGEN KLINSMANN. O técnico alemão terá feito alterações táticas e deverá apresentar-se de forma diferente para o embate contra Portugal. O quarteto defensivo mantém-se igual, as alterações só surgem no meio-campo. Beckerman e Jermaine Jones, jogador também muito intenso, deverão formar o duplo pivot defensivo. Graham Zusi e Alejandro Bedoya serão os interiores esquerdo e direito, respetivamente - onde se pede atenção às variações de flanco de ambos. Michael Bradley, o pensador tático do miolo americano, jogará no apoio a Clint Dempsey que, não se rotulando diretamente como ponta-de-lança, tem uma grande capacidade de finalização e será a unidade mais adiantada nos Estados Unidos.

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