Acabou. Acabou a obsessão de Roman Abramovich. O Chelsea é campeão europeu. Contra o resultado adverso em Nápoles, domínio a que foi alvo do Benfica e sobrevivência em Camp Nou saem da final como (justos) vencedores da competição. Muitas adversidades, ainda assim. O despedimento de André Villas-Boas, a inexperiência de Di Matteo, as lesões e a incógnita que era Torres. O x numa equação, ninguém sabia, neste caso não quem era, mas sim o que iria fazer. Depois desta final deveria justamente ser rotulado de um trabalhador, um humilde camponês se compararmos o campo de futebol com a classe social que era o povo em séculos passados. Ora a defender ora a atacar foi, sem qualquer dúvida, esforçado. Disso ninguém se pode queixar. E, apesar do tipo de futebol diferente, essa diferença e esses detalhes fizeram Terry e Lampard levantar a taça na Allianz Arena. Incrível. Foi esta equipa que com uma desvantagem de 3-1 goleou o Nápoles em casa e relançou-se nesta competição. E, diga-se, contra todas as expectativas. Soube sofrer. Tal como saber marcar golos ou ser eficaz, isso é fundamental.
Isto tudo sem Terry, Meireles, Ramires e Ivanovic. Brilhante. Ah, e mais uma nota para Torres. Muito completo, um senhor. Não marca, mas não podem dizer que não trabalha por isso. Quantas vezes não estava na sua grande área a defender e a tirar o pão da boca dos alemães. Um dos que mais mereceu esta conquista. Uma vitória de carisma, sobretudo. Com ou sem sorte, com ou sem autocarro, não houve quem vencesse esta equipa. E todo o mérito para Di Matteo e para os esforçados em campo. Para isso não há argumentação possível. O futebol não é, de todo, atrativo. Facto também. Mas é eficaz.
E apesar daquilo que se pode ter passado com Villas-Boas, uma equipa humilde. Fico feliz por alguns jogadores que, não merecendo mais do que os outros, fizeram-no com mais vontade. Um prémio à velha guarda também. Drogba, Lampard, Terry, Malouda a fechar o ciclo. Drogba o melhor em campo e Lampard mais uma vez sinónimo de inteligência. Timing perfeito para terminá-lo. E preparam-se para a maior chuva de estrelas em Londres, cortesia de Abramovich. Por fim sublinho também o trabalho de André Villas-Boas, também campeão europeu. Paulo Ferreira, Bosingwa, Meireles e Hilário, os portugueses de serviço. Andaram com a bandeira portuguesa em solo alemão. Mais uma vez lusitanos em evidência na Europa.
Champions, até à próxima!
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