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Vitória com classe na Marinha Grande


  O Benfica garantiu na Marinha Grande o primeiro lugar de forma isolada da Liga Zon Sagres. A equipa de Jorge Jesus fez uma excelente exibição vencendo com justiça na casa emprestada do União de Leiria, que apesar do bom início de jogo rapidamente ficou sem pulmões para esta locomotiva que foi o Benfica. Aproveitando assim o empate em Alvalade, o clube de Lisboa colocou-se desta forma isolada na frente do campeonato português, algo que se vinha a tornar um objetivo para o clube nestes últimos tempos, dado o crescendo de forma do Porto. Claro que esta vantagem benfiquista não é definitiva, já que a primeira volta ainda nem terminou, pensar no título nesta altura ainda é uma incerteza muito grande, na Liga Portuguesa muita coisa pode acontecer. Isto porque algumas pessoas já colocam o Benfica na rota certa pelo título, como tive oportunidade de ver hoje.

  Um dos heróis desta partida foi Cardozo, apesar da equipa estar toda bastante bem. Irreconhecível, foi o que foi. Como sabem Cardozo não é o típico construtor de jogo. Só tem olhos para a baliza na maior parte das vezes e é a finalizar que consegue ter as excelentes estatísticas que tem no Benfica. Também não é um grande sprinter, tem funções quase únicas de finalizar. Mas ontem o Tacuara surpreendeu muito, a mim inclusive, não é todos os dias que se vê este jogador a correr a dominar a bola ao nível que o fez ontem. Se fosse sempre assim seria um avançado com outra funções, um jogador mais completo. Marcou, fintou, driblou e correu...surpreendeu. Agora resta saber se foi um dia de especial inspiração ou se uma nova identidade de Cardozo vai de certa forma vir ao de cima, algo surpreendente para qualquer adepto de futebol já que viram sempre este jogador de uma forma quase uniforme.

  Nos planos táticos de Jesus não constava Witsel no lado direito. Foi talvez a fixação definitiva deste belga no centro de terreno, quer com funções mais defensivas ou ofensivas, que de qualquer forma rende melhor do que com uma posição mais lateral no terreno. A posição que Witsel ocupou em Guimarães esteve requisitada, e com grande nível, por Bruno César. Um passe na jogada do quarto golo com um ar acrobático deixou o estádio em pé. A verdade é que mesmo sem Aimar e Gaitán que estão dados como lesionados o Benfica teve um caudal ofensivo demasiado poderoso para este Leiria que mesmo com um experiente treinador ao seu leme pouco conseguiu fazer. O melhor que fez foi mesmo um remate de Djaniny que por pouco não dava golo, valeu Maxi a cortar a bola. De resto este jogador já acertou o negócio com o Benfica, vai integrar a equipa de Jorge Jesus este cabo verdiano que à um ano atrás estava nas divisões distritais açorianas. 

Com Cardozo diferente nesta partida, foi Rodrigo outra das figuras. Aproveitou bem a oportunidade de mais uma titularidade e marcou dois golos, um deles com um toque subtil a demonstrar toda a sua classe, apesar de ser bastante jovem. Jesus fez bem em colocá-lo a jogar, e melhor ainda, fez muito bem em apostar neste onze, no 4-2-3-1 a que todos estamos habituados a ver nas águias esta temporada.  

 As substituições neste jogo pouco alteraram, com Saviola, Mora e Matic a serem opções de Jesus. No Leiria olhos postos em Brígido, que irá fazer parte dos quadros do Benfica.

Os golos do Benfica foram marcados por Bruno César à porta dos 10 minutos, depois de um início prometedor do Leiria, que depois deste jogo adormeceu na partida. No princípio da segunda parte Cardozo alargou a vantagem, tendo Rodrigo marcado aos 73 e 76 minutos os seus golos e últimos da partida. Vitória muito importante com nota artística para o Benfica.

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