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A solução estava no banco


 Melhor maneira para começar o ano civil era difícil para o Benfica, com uma vitória robusta no D. Afonso Henriques, num jogo que se parecia complicar na primeira parte, num período onde o Vitória foi superior. No entanto o Benfica foi a melhor equipa no geral, dominando a segunda parte. Antes da expulsão de Pedro Mendes tudo parecia indefinido, contudo. Antes dessa expulsão à hora de jogo os vimaranenses foram mais do que capazes no que toca à competência dos seus processos ofensivos. O Benfica marcou cedo mas depois adormeceu até ao intervalo, sendo na segunda parte a equipa que mandava no jogo sem qualquer oposição do Vitória que se limitou a sofrer três golos com Cardozo a ser o homem chave.

O jogo começou com um incidente caricato nas instalações do estádio. A nova mascote do clube (um cavalo) de Guimarães aparentemente causou estragos nas instalações do estádio. Depois do voo mal calculado da águia no princípio da época é o segundo animal a protagonizar um incidente digno de menção.

Falemos dos aspetos táticos. O Benfica apostou no seu sistema tático habitual com muita velocidade nas transições, caso contrário Nolito dificilmente seria titular. O principal erro de Jorge Jesus neste jogo foi colocar Witsel no lado direito do campo, já que  é um médio que cumpre muito melhor a sua função como box-to-box no centro do terreno, aliás, não faz sentido colocar um jogador com aquelas características no flanco, que no Benfica está normalmente destinado a jogadores mais rápidos, criando assim mais e melhores desequilíbrios no meio-campo adversário. 

As duas substituições ao intervalo foram bem vistas por Jesus já que Cardozo seria o homem ideal no centro do terreno com Nolito e Bruno César, que entrou ao intervalo também. Saíram Nélson Oliveira e Saviola, dois jogadores que - como praticamente toda a equipa na primeira parte - não estiveram bem nos primeiros 45 minutos. Cardozo fez o que tinha a fazer...marcou duas vezes e deu a vitória merecida ao Benfica que ainda ia ter Rodrigo em campo, rendendo Pablo Aimar. Resumindo, foram apostas ganhas por Jesus.

O Vitória por sua vez jogou com o 11 base de Rui Vitória (ou praticamente). Nuno Assis foi o homem que mais uma vez podia ter feito a diferente nesta equipa, houve inclusive um lance em que se precipitou a correr e se estivesse cerca de um metro atrás podia ter rematado para um tiro certeiro, depois de um remate de Toscano, se a minha memória não me está a induzir em erro. Foi um Vitória com um grande poder ofensivo na primeira parte, enquanto que na segunda parte os papéis inverteram-se e de que maneira. Mérito para ambas as equipas que fizeram um bom jogo, proporcionaram um bom espetáculo.

No próximo fim de semana ambas as equipas estarão em compromissos domésticos, em jogos a contar para o campeonato português. O Vitória recebe o Feirense e o Benfica vai à Marinha Grande defrontar o União de Leiria. Focos apontados para o dérbi que vai opor Sporting e Porto em Alvalade.

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