Sem muito brilhantismo a vitória foi justa para o Porto num jogo em que o jovem colombiano James esteve em óbvia evidência, basta saber que fez os 2 golos do encontro para ser designado de melhor em campo. Ao contrário daquilo que disse Vítor Pereira nos primórdios da temporada, este Porto não é uma com funções nem processos próprios que beneficiam a posse de bola. Jogou-se ontem com uma tremenda falta de criatividade, dada a inclusão de Hulk no meio. Acontece que o brasileiro ainda se lesionou, mas parece que não é nada de alarmante. Transições rápidas com alguma posse em zonas mais recuadas foi o que marcou o jogo, e apesar da exibição não ter sido fantástica, nota-se mais algum rigor do que numa determinada fase da época onde a equipa andava desorientada em campo.
Mas foi mais uma vez o talento que resolveu. Apesar de boas exibições, essas também houveram, o Porto esteve nas mãos de James que resolveu. Aproveitando a ausência de Djalma que irá disputar a CAN pela Angola, o jovem lançou-se para a titularidade fazendo estragos. Não houve um Rio Ave determinado, teve poucos argumentos para chegar ao golo e quando teve oportunidade de tal falhou, de uma forma ou doutra. A pressão de vitória vai estar sempre presente, já que o Benfica voltou a vencer, garantindo assim o 1º lugar por pelo menos mais uma jornada. As estatísticas mostraram um Porto muito rematador, mas que no entanto teve poucas oportunidades dignas do seu domínio. Falta claramente um Falcao, um Lisandro...alguém que num lance à ponta de lança consiga fuzilar um guarda-redes. As alternativas faladas são algumas, porém sem conclusões para já.
Nas equipas para o jogo não houve Moutinho que foi castigado por um jogo dado o cartão amarelo que viu em Alvalade. Jogou Defour, belga que cumpriu o seu dever. Mas não se pode compará-lo com Moutinho, que deve voltar no próximo jogo do campeonato. No meio campo também se deve falar dos outros dois elementos. O brasileiro Fernando esteve bem como de costume, inclusive rematou e colocou a bola dentro da baliza mas o lance já tinha sido interrompido por uma irregularidade de Iturbe, que tinha entrado aos 65 minutos para o lugar de Belluschi, argentino este que esteve bem no campo da criatividade mas teve dificuldades em rematar ou criar lances iminentes de perigo.
A defesa, essa, mal precisou de trabalhar. Mas Rolando foi expulso no lance mais perigoso de João Tomás em todo o jogo. Isolava-se perante Hélton caso o internacional português não o parasse. Tal como se sucedeu com Cardozo no jogo do mesmo dia, limpa a expulsão no jogo frente ao Estoril a meio da semana. Rio Ave que não contou com uma das suas peças fundamentais no ataque, Atsu, emprestado pelo Porto justamente. O outro jogador nessa condição, Kelvin, jogou e foi alvo de um lance caricato onde a sua bota se prendeu com a de James, momento de frequência rara.
Aquando da lesão de Hulk, Kléber foi o homem que foi para o meio do ataque, mas esteve mais uma vez apagado. Não criou muito perigo, passou ao lado do jogo. Varela também foi opção e entrou para o jogar o último quarto de hora, fazendo sair Cristian 'Cebola' Rodriguéz, que está a recuperar a boa forma e fez uma exibição razoável. Resumindo, foi uma exibição quanto baste do Porto que lhes garantiu os 3 pontos num jogo onde estiveram presentes cerca de 25.000 adeptos no Dragão, meia casa. A equipa está aos poucos a retratar o estilo de jogo de Jesualdo Ferreira com influências de Villas-Boas, algo que pode não dar os seus frutos imediatamente.
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