Esperam-se cânticos de Messi para a seleção nacional na Ucrânia. Mais propriamente para Cristiano Ronaldo, como habitual. Detalha-se tudo numa questão de mentalidade. E um puto que vai para Inglaterra para um colosso, ganha uma Bola de Ouro e protagoniza a transferência mais cara da história do futebol tem que ter uma bastante forte. Caso contrário fracassava. Ronaldo sempre teve que lutar por si e pelos seus, é sabida a precária situação dele na sua meninice. É um exemplo de determinação, garra e muito, muito esforço. E isso traz um sentido de responsabilidade enorme para superar obstáculos. Não tenho nada contra o Messi - até sou fã do pequeno Leo -, antes pelo contrário. Tenho sim contra os espertos que tentam tirar a estabilidade dum dos génios do futebol mundial. Mas é o que referi: uma mentalidade forte e a concentração certa serão suficientes para ignorar os "malfeitores". Confesso, também não sou o maior fã do Cristiano, mas há que dar o crédito a quem o merece. O rapaz merece valor por tudo aquilo que já fez e por tudo aquilo que certamente ainda irá fazer. É honroso ver o jogador mais popular do mundo (taco-a-taco com o Leo) a alinhar na seleção que apoio. Ele próprio deverá estar orgulhoso de o fazer. O resto é letra. O que não nos mata torna-nos mais fortes, já dizia o outro.
Sobre o que se vai passar no relvado da Donbass já é mais complicado de prever e/ou palpitar. Mas a Espanha parte como favorita se formos ver que é a atual campeã da Europa em título. Estando bem ou mal, tem o título e por isso é logo a favorita. Claro que o favoritismo dentro de campo não vale nada, pode confirmar-se continuamente, mas também se pode ir dissipando como foi o caso do Portugal x Alemanha e Portugal x Holanda, onde a equipa foi valente, humilde e corajosa. Honrou a nação. E para os que duvidaram foi uma enormíssima chapada sem mãos. Ou de luva branca, se preferirem. Na minha opinião vai se ultimar por quem defende melhor. As duas equipas têm estilos diferentes de jogo e isso é mais do que visível, mas são igualmente temíveis no que toca à manobra ofensiva. Ronaldo e Nani em contra-ataques e transições venenosas enquanto Silva, Fàbregas e sobretudo Don Andrés se ocupam de penetrações manhosas. Diz-se que este jogo é como Barcelona - Real Madrid. Para travar aquele tridente (Xavi-Iniesta-Cesc) temos uma vantagem que nos tem sido qualquer coisa de divinal. Chama-se Pepe. E tem novamente uma vantagem que é a de já conhecer a maior parte dos adversários, inclusive tem possibilidade de conviver com eles diariamente na maior parte do ano. Mas o mesmo acontece com a Espanha, acaba por ser um duelo caricato por causa disso mesmo.
Outra coisa que promete são os duelos no meio-campo. Moutinho-Iniesta será algo para ver, rever e chorar por mais. Sobre o saldo em jogos com a Espanha, é bom e mau. Em fases finais de competições oficiais é neutro. Uma vitória, uma derrota e um empate. 1984, 2004 e 2010 sendo o último. Em Europeus há um empate e uma vitória em Portugal. No total dos jogos diz-se que a Espanha é a seleção que mais vezes derrotou Portugal. Mas não nos podemos guiar pela história, duma forma ou doutra. Já se viu que é preciso sofrer para garantir o objetivo. Trata-se de saber sofrer, espírito de sacrifício. Heróis do mar, tenham-na.
11 por todos, todos por 11!
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