Finalizado o primeiro dia de UEFA EURO 2016, a Crónica Futebolística elaborou uma lista do melhor e pior - ou menos bom - do dia, naquela que será a nova rubrica do projeto. Bons ou maus, estes são os pontos a reter do embate entre a França e Roménia.
+ DIMITRI PAYET Por esta altura é impossível não respeitar o percurso do incrível jogador francês na última época. Com uma tremenda época de revelação naquela que é por muitos considerada a melhor liga do mundo, o antigo jogador do Marselha estabeleceu-se como uma das figuras da Premier League e da seleção gaulesa nos últimos embates de preparação antes da competição que hoje teve início. Tendo mostrado pormenores absolutamente incríveis ao longo do ano no West Ham e na seleção francesa (om todos os seus golos apontados pelos bleus a serem fora da área) fez-se justiça poética. Um golaço que colocou um país em festa e um homem em lágrimas, ovacionado no palco de Saint-Denis.
+ PLANO B Recheada de nomes sonantes no mundo do futebol, a França chegou ao relvado do Stade de France com quase total favoritismo, prevendo-se uma vitória relativamente acessível para os homens de Didier Deschamps. Tal não aconteceu, de forma alguma. A Roménia bateu-se com os gauleses, que jogavam em casa, com uma coragem e concentração tremendas. Num jogo onde o coletivo francês não conseguiu penetrar o coeso bloco romeno vezes suficientes para marcar mais golos, a magia individual de Dimitri Payet deu ao povo francês a garantia de que as individualidades estão presentes e podem, mais uma vez, decidir jogos.
+ SOLIDARIEDADE Olhando para o resultado final na partida que abriu o EURO 2016, é possível tirar de imediato duas conclusões: ou a França foi tremendamente ineficaz ou a Roménia complicou - e muito - a vida à equipa da casa. A primeira opção é imediatamente posta de parte, já que a França não criou oportunidades suficientes para ser "tremendamente ineficaz". Culpe-se a sua adversária, Roménia, que fez uma excelente partida. E a chave para tal foi mesmo a solidariedade que os blocos mostravam uns para os outros: fossem os laterais a subir para fazer a sobreposição ou os extremos - sobretudo Popa, extremo direito, que foi uma ajuda imensa para Sapunaru - a defender de forma eficiente, não comprometendo o equilíbrio defensivo. A entreajuda dos homens de Anghel Iornadescu foi, numa palavra, sensacional.
+ DIDIER DESCHAMPS No atual mundo do futebol, onde muitas vezes o ego e a popularidade de um jogador é suficiente para lhe oferecer um lugar cativo em determinada equipa, existem treinadores que excluem a hipótese de retirar do campo os seus melhores, mais sonantes ou "mais quentes" jogadores. Sem qualquer tipo de receio, vendo que o seu rendimento não era o esperado, Didier Deschamps substituiu em sucessão Antoine Griezmann e Paul Pogba. Já perto do final da partida, Kingsley Coman, que entrou para o lugar do goleador do Atlético de Madrid, foi um elemento chave na construção da jogada que daria o segundo golo francês.
+ COMPETITIVIDADE Embora não seja uma verdade absoluta, é normal dizer-se que o primeiro jogo de uma grande competição dá o mote para o que resta da mesma. E se todo o EURO 2016 tiver a mesma intensidade da partida que o inaugurou, o público estará muito bem servido. Com uma Roménia a surpreender, quase arrecadando um preciso ponto contra a seleção gaulesa, esta pode ser uma competição com muitas surpresas em espera.
- VIKTOR KASSAI Com a França e Roménia a não serem as únicas equipas debaixo de olho, a equipa de arbitragem do húngaro Viktor Kassai acabou por protagonizar uma partida razoável, que de nenhuma forma foi perfeita. Com um critério por vezes demasiado largo e, em outras instâncias, hesitante em apitar de imediato, o árbitro de 40 anos e a sua equipa deixaram passar em branco alguns lances que poderiam, decerto, mudar o rumo dos acontecimentos. Um ligeiro toque de Olivier Giroud no rosto do guardião romeno deveria ter sido suficiente para anular o golo, assim como um óbvio pontapé de Koscielny num atacante romeno, na meia-lua, ficaria por assinalar.
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