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Entrevista a Jorge Rodrigues

  Jorge Rodrigues é o mais recente entrevistado da Crónica Futebolística. Com sete clubes no seu currículo profissional, passando por clubes como o Tondela ou o histórico Boavista, o central de 32 anos nascido em Vila Real foi contactado pelo blog para contar tudo acerca de aspetos relevantes da sua carreira e sobre a nova realidade futebolística que alinha pelo Nömme Kalju, clube estónio para o qual se transferiu em 2011. Mais do que um breve agradecimento a esta grande pessoa, quero desejar tudo de bom para um futebolista ambicioso, esforço e extremamente acarinhado pelos adeptos estónios como tive oportunidade de descobrir nas últimas semanas. Pode ler a entrevista em baixo na íntegra.

1. Fez formação no seu clube local, o Vila Real, e daí foi subindo patamares na sua carreira até à Estónia, onde venceu o seu primeiro título oficial. Apesar desse sucesso em 2012 consegue apontar algum arrependimento na sua carreira futebolística?

  Olá a todos vocês! Sou de Vila Real, Trás-os Montes, e por essa razão as nossas oportunidades são já menores em comparação a quem vive nas grandes metrópoles... mas consegui mesmo assim, com muito trabalho, sair da minha terra e talhar a minha carreira fora de portas. 

  Claro que podia talvez ter feito outra progressão em clubes com maior visibilidade, mas todos nós temos altos e baixos: faltas de oportunidades ou erros de juventude que me fizeram perder boas oportunidades. Mas no fundo não me arrependo de nada por uma simples razão... tive as experiências necessárias  para crescer como atleta e como homem. Poder ter sido campeão e saborear como saboreei em 2012... tudo o que sou hoje devo ao que tive no passado! Para responder à tua pergunta então... não me arrependo de nada e estou muito feliz por ter representado todos os clubes que representei e trago todos um pouco no meu coração pois dei e deram-me muito para ser o que sou hoje!

2. Depois do Vila Real e Pombal chegou aos Açores para vestir a camisola do Operário. Qual foi a sua impressão geral da ilha, tendo em conta o aspeto desportivo e social?

  Antes de chegar à ilha eu fiz um  apanhado sobre os Açores... desde falar com ex-atletas que já lá tinham estado e mesmo para saber o historial do clube. Tudo foi positivo: clube muito sério, pagador e com bons jogadores para a divisão, um treinador que tinha vindo do Santa Clara e que teve uma excelente carreira como jogador. Tudo isso me entusiasmou. E à minha chegada lembro-me de sentir a  humidade que fazia mal sai do avião e de me ter impressionado! Era um clima muito diferente do que já havia experienciado e a minha impressão da ilha foi mesmo muito boa... tudo verdinho, parecia que as estradas ficavam no meio de jardins! Paisagens maravilhosas retiradas de quadros, a comida tanto carne como peixe e mariscadas! Divinal, e o ananás... nunca comi ananás tão bom como nos Açores! Povo tão hospitaleiro e amigo pronto para ajudar e as pessoas conheciam-nos penso que mesmo antes de chegar à ilha. A imprensa muito activa sobre o desporto da região... entrevistas tanto para a rádio como para a televisão mal chegamos ao aeroporto. Profissionalismo do clube acima da média para a divisão que estávamos. A exigência, ambição e qualidade do treinador, a forma como o presidente e sua família nos acolhe como se fossemos da sua família... não nos faltava nada para sermos profissionais de futebol e realizar uma excelente época, o que se veio a confirmar! [em cima: fotografia do arquivo pessoal de Jorge Rodrigues aquando da sua chegada aos Açores, 2005]

3. Foi totalista na sua segunda época como jogador do Operário. Já entrosado na ilha, tal como referiu fora da entrevista, considerou estar a viver o melhor momento da sua carreira?

  O meu segundo ano até à altura foi sem dúvida o melhor momento da minha carreira pois já estava entrosado na ilha e no clube que me fez sentir parte da sua família e que sentia orgulho em mim como um dos seus guerreiros que estava a honrar e a defender o nome da Lagoa e claro dos Açores fora de portas, assim como fazer a melhor classificação do clube até aquela altura se não estou em erro! Isso fez-me crescer como jogador e fazer a melhor época a nível pessoal também, o que fez muitos clubes portugueses e estrangeiros colocar os olhos em mim.
                                                            
4. Mister Agatão, um homem sábio e carismático. Que palavras pode usar para caracterizar o seu treinador nos Açores?
                                                    
  O mister Agatão sem dúvidas foi um treinador que me marcou muito pela positiva. Fez-me evoluir muito como jogador e, claro, como homem. A sua forma exigente e profissional de trabalhar, a sua parte humana e sensível referente a nos próprios como homens e olhar para a equipa como um grupo e não para o individual fez com que cada um desse o seu melhor e acaba então o individual por se levantar fazendo de jogadores ate então na altura anónimos saltarem para ribalta do futebol e elevarem o nome do Operário, Lagoa e Açores. A minha admiração, respeito e amizade pelo mister Agatão que tanto deu a mim  e deu ao Operário! Um grande abraço para ele.
                                               
 5. Após essa excelente experiência, como teve oportunidade de referir, seguiu-se a Eslovénia. Curioso que no ND Gorica encontrou Hidetoshi Wakui, japonês que viria a ser seu colega 3 anos depois no Nomme Kalju. Pergunto-lhe primeiro se tinha conhecimento dessa pequena curiosidade e, segundo, como foi o entrosamento ao leste europeu.
                                                      
  Após esses 3 anos chegou o momento para abraçar novo projecto... ou então acho que nunca teria deixado os açores! Na Eslovénia conheci o Toshi, éramos ambos estrangeiros e assinamos na mesma altura e desde logo ficamos amigos, pois ele falava português com pronuncia brasileira já que ele esteve 3 anos no Brasil na sua formação. Passados 3 anos cheguei à Estónia, ao Nömme Kalju, pela sua mão... mas já lá vamos a esse tópico.
                                                           
  A minha adaptação foi um pouco difícil embora tenha tido muito sucesso a nível desportivo. Fui para o clube pela mão do treinador, mas [o clube] estava em mudança de direcção e as pessoas mais velhas do clube não olhavam com bons olhos para o treinador e claro para nós estrangeiros: por mais golos e vitórias que fizéssemos nunca era suficiente. Fiz 3 golos em 13 jogos, era um dos melhores da liga, eleito para a equipa da semana algumas vezes e ficamos em 2º lugar nesse ano. Porém, não era feliz no clube embora fizesse tantos amigos que duram até hoje. E como tinha outras propostas resolvi, como português que sou, procurar uma aventura.
                                                                                             
6. Regressado da Eslovénia rumou ao Boavista, histórico clube português. Uma época difícil ou um regresso positivo ao seu país de origem?

  O regresso ao Boavista foi um sonho que sempre tive. Sempre fui simpatizante do Boavista... desde pequenino! Primeiro pelas camisolas diferentes e depois da raça com que jogavam: jogadores que davam tudo e tinham grupos fantásticos! Claro que gostava de ter regressado ao Boavista quando estava na sua máxima força, no Boavistão que ganhou o campeonato 2000-2001, mas a proposta chegou naquele ano em 2009. Tinha outras propostas mas escolhi o Boavista com muito orgulho de vestir aquela camisola... aquele estádio... história... os fãs que vivem o clube de forma apaixonante... tudo falou mais alto!
  
  Mas sim uma época difícil pois no final tive uma lesão que me tirou 4 meses dos relvados devido às dificuldades financeiras que o clube atravessava, embora todos termos a esperança de algo pudesse mudar, a dita justiça para o Boavista! Mas só chegou agora, 4 anos depois de deixar o clube. Fizemos uma campanha sofrida mas conseguimos o objetivo que era a manutenção. No seu todo penso que nas dificuldades é de onde retiramos as melhores experiências e foi orgulho vestir a camisola desse histórico português, e fico feliz pela justiça ter sido feita para se erguerem com a dignidade merecida!
                                                                                              
 7. Depois de duas épocas em Portugal chegou aquele que considero ser uma das decisões mais marcantes da sua carreira. Rumou à Estónia para vestir a camisola do Nömme Kalju, um emblema desconhecido para os portugueses em geral. Que tal a adaptação a uma cultura que teoricamente seria desconhecida para si?
                                                                    
  Após o Boavista tive uma aliciante proposta do CD Tondela com objectivo de subida e como queria algo mais que só a 2ªB a ideia de jogar na 2ª Liga fez-me abraçar este projecto... excelente qualidade no grupo de trabalho, estrutura directiva ambiciosa e  equilibrada onde também nada me faltou, e claro as pessoas da cidade foram muito acolhedoras e mais uma vez fiz muitos amigos. Mas apesar de termos feito uma campanha muito boa quase até o final, não conseguimos a subida e essa desilusão, além de ter as portas fechadas em Portugal, para outros voos, fez com que tivesse que me direccionar para o estrangeiro onde as portas sempre tiveram abertas, pois fora do nosso país as nossas qualidades são mais apreciadas.
                                                                          
  Entre as opções que tinha, optei pelo Nömme Kalju da Estónia. E a razão foi simples: tinha o meu ex-colega da Eslovénia Wakui Hideatoshi [já referenciado nesta entrevista] a jogar no NK já há meio ano. Não conhecia nada do país e do futebol, até cheguei a perguntar "mas isso aí não é sempre neve?" e eles têm futebol para se ver qual era a minha ignorância sobre o país. Mas claro ele iluminou-me e claro, aventureiro que sou, não tinha nada a perder e vim. Cheguei no final de julho, pleno verão, e estavam 33 graus o que me espantou (afinal não é só neve) e fui logo bem recebido pelos colegas. O presidente Kuno Tehva que é  um dos pilares responsáveis pelo grande sucesso do clube, o treinador adjunto brasileiro que já tinha jogado em Portugal (Getúlio Fredo) ajudou-me bastante na integração. Todos estes factores foram os que me fizeram aceitar  e ficar por cá. O clube queria 2 anos, mas eu quis a  principio assinar por 4 meses só para ver se me adaptava. E foram 4 fantásticos meses... acabamos por conseguir o 2º lugar que seria até essa altura a melhor classificação de sempre. Fui muito bem aceite no país e apreciado pelas minhas qualidade no futebol e fora dele o que me fez renovar para a época a seguir. 
                                                      
  8. Foi campeão da Estónia em 2012, justificando assim de certa forma a sua permanência no clube. No dia 23 de julho foi opção e entrou no jogo frente ao Helsínquia a contar para a 2ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. É uma pressão acrescida jogar para uma competição tão prestigiada?
                                 
  Nesse ano a seguir fiz 2 em 1... fui campeão Estónio e a qualificação para a 2ª eliminatória da Liga dos Campeões na época a seguir pois convém referir que o nosso campeonato começa em março e acaba em novembro, então se conseguimos um lugar europeu só o jogamos na época a seguir e nunca na presente época. Foi o momento mais alto da minha carreira ate então ser campeão pela primeira vez para a minha historia e na historia do clube. Claro foi razão mais que suficiente para assinar por mais duas épocas e criar tão fortes raízes com o clube. Mas convém dizer que nesse ano também joguei as eliminatórias da Liga Europa . e perdemos contra o Kazar de Lankaran do Azerbaijão num jogo a duas mãos: empatamos 2-2 e perdemos em casa 0-2.
                        
  Foi a minha primeira experiência nas competições europeias, mas ter jogado os dois jogos  deu-me outra experiência para me enriquecer como jogador. No ano a seguir, 2013, dedicamos maior parte da atenção ás pré-eliminatórias da Champions e por isso ficamos em 2º no nosso campeonato, mas lá  vencemos aqui aos nossos vizinhos dos bálticos do HJK, campeão finlandês ao qual fui opção e pude realizar o sonho de jogar na Liga dos Campeões, como o realizar de mais um sonho e consagração pessoal. Perdendo na 3ª eliminatória contra o Plzen, caímos para o play-off da Liga Europa para jogar com o Dnipro da Ucrânia, recheado de estrelas e jogadores com contractos milionários e onde milita o nosso português Bruno Gama e o conhecido Matheus [ex-Sporting de Braga que marcou um golo fantástico ao Arsenal no AXA]. Perdemos o 1º jogo por 3-1 de forma injusta pois só o nosso golo foi legal, mas em casa deles perdemos 2-0 muito bem pois jogaram melhor e mereceram a vitoria. Joguei ambos os jogos 90 minutos a um excelente nível o que me orgulha vendo o meu percurso passado em medias divisões e mesmo assim poder estar a este nível nestas competições, o que me faz pensar que no meu caso podem estar muitos outros que não são apreciados no nosso país enquanto damos oportunidades a valores de outros países.
                                   
9. Como é de forma muito geral a sua relação com os seus colegas no Nomme Kalju? Apesar de ter jogadores brasileiros no plantel acredita que a barreira da linguagem traz ou pode eventualmente trazer obstáculos?
                                               
  A minha relação com os meus colegas é espectacular, temos um grupo muito bom. No inicio não foi bem assim pois o povo estónio é muito fechado enquanto eu sou muito falador e aberto, e isso poderia ter sido uma barreira se eu desistisse logo à primeira. Com o tempo eles começaram a aceitar-me como sou e apreciar a minha forma de ser e imitar nas brincadeiras e palavrões... a língua estónia é muito difícil, mas no país atrevo-me a dizer que quase toda gente fala inglês, então é fácil a comunicação. Eu falo francês, espanhol, italiano e ingles, então digamos que posso ser o elo de ligação entre todos... pois temos jogadores italianos e franceses. Por isso a língua não é obstáculo.
                            
10. O Jorge é uma pessoa bastante ativa nas redes sociais, nomeadamente no Facebook. Considera que esse tipo de sítios na internet têm uma importância acrescida na promoção do futebol?
                                    
Sim é verdade, sou muito activo no facebook, mais propriamente na minha página pessoal pois ao tempo que estou cá a jogar ao alto nível tenho dado bastantes entrevistas para os diversos meios comunicativos tanto em Portugal como na Estónia, reclames televisivos ou mesmo sessões fotográficas. Tenho tido sucesso e é a forma de poder dar essa visibilidade a todos os apoiantes e interessados em acompanhar. E claro, uma  forma também de poder apresentar à nossa comunidade portuguesa o futebol estónio e de certa forma a Estónia pelos meus olhos. Servindo de certa forma como um português embaixador pela Estónia, e com o tempo tentar colocar o meu clube e o país no mapa de muitos portugueses.
                                             
11. Como é o Jorge fora dos relvados e fora do futebol?
                                     
Fora dos relvados sou quase o mesmo... procuro ser sempre uma pessoa sociável e disponível para ajudar, sou aberto e bastante amigo. Adoro visitar as escolas de formação do Kalju, ajudando na motivação e treino para a sua evolução. Gosto muito de cinema e de cozinhar a nossa comidinha portuguesa e claro sou sempre  muito ligado à família, em especial à minha querida mãe que se não é por Skype é por telemóvel e estamos sempre em contacto. Só procuro a minha vida pessoal ser mais privada, como o meu canto de recarregar baterias.
                                                        
12. Por fim tenho de lhe fazer uma pergunta quase inevitável. Em março de 2014 o seu colega Hidetoshi Wakui tornou-se quase mundialmente famoso após a badalada celebração a imitar um jogo de bowling. Qual foi a sua primeira reação ao ver o gesto criativo do seu colega?
                                             
  Fiquei muito feliz pelo golo e claro pela celebração visto que eu e o presidente Kuno Tehva termos sido os mentores desta ideia de fazer uma celebração para entreter os nossos fãs e cativar novos adeptos para visitarem os nossos jogos pois é uma das grandes lutas cativar os estónios a um estádio de futebol, eles preferem ver em casa na TV! Então após ter falado com o meu presidente juntei o grupo, falei e incentivei  todos e começaram a lançar ideias e o bowling humano foi o escolhido. E claro o Toshi, dos meus melhores amigos, não me deixou ficar mal! Depois desse já fizemos o samurai que também ficou excelente com making of dentro do balneario, vídeo que coloquei na minha pagina pessoal. E, claro, novas ideias estão para vir!
                                             
Perguntas rápidas:
                                 
Jogador favorito:
Ronaldo, Figo, João Vieira Pinto e Quaresma.
Treinador favorito:
José Mourinho.
Melhor jogador que já enfrentou:
Konoplyanka.
Melhor recordação no futebol: Jogar a Liga dos Campeões e ser campeão estónio.
Melhor exibição da sua carreira: Jogo contra Dnipro, playoff da Liga Europa.
Uma qualidade:
Positivo.
Um defeito: Cada vez mais refilão (diz a minha mãe).
Vencedor do Mundial: Portugal, estou contigo até ao fim!

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