Foi um FC Porto de duas faces que se apresentou em Londres, na contenda frente aos turcos do Galatasaray. Disputava-se o 1º jogo da edição 2013 da Emirates Cup onde a equipa de Paulo Fonseca queria deixar boa impressão. Falava-se num "desafio à Champions" contra uma equipa turca extremamente bem orientada por Fatih Terim. Teste de pré-época mais exigente para os azuis e brancos até ao momento, grande foco sobre esta partida num campo onde o Porto definitivamente não se dá bem.
A equipa portuguesa que alinhou com o equipamento alternativo neste encontro promoveu algumas mudanças no seu 11 inicial, tendo em conta a última parte contra o Celta de Vigo. Nomes como Quintero e Herrera foram deixados de fora da convocatória, supostamente para poupá-los e deixá-los frescos para o encontro face ao Nápoles. Por outro lado, o Galatasaray não poupou jogadores. Os nomes mais sonantes como Didier Drogba, Wesley Sneijder e até Emmanuel Eboué (que recebeu uma enorme ovação do Emirates, pois já representou o Arsenal com algum sucesso) foram utilizados de início por Terim e revelaram-se uma valente dor de cabeça para a defesa portista, sobretudo na etapa completamente onde os ares de Londres tiveram um efeito negativo sobre a equipa de Fonseca.
Início agressivo da equipa portuguesa que teve em Defour uma grande importância na sua manobra ofensiva. O médio belga - que fora dos relvados continua a surpreender com o seu já fluente português, como se viu na entrevista pós-jogo - fez os papéis outrora levados a cabo por João Moutinho e foi o médio mais interventivo que servia de forma mais regular Jackson e os extremos, fletindo para o centro. O belga foi então o principal e melhor jogador do FC Porto na 1ª parte. Na cabeça de Jackson reinou a inconformidade graças à grande penalidade desperdiçada.
Numa segunda parte completamente transfigura foi o Galatasaray que tomou conta do jogo e assustou por algumas vezes a baliza de Fabiano Freitas. De forma irónica o golo turco surgiu de grande penalidade, antes de Lucho González desperdiçar mais uma a favor do FC Porto. Repetiu-se a maldição das grandes penalidades que ganhou forma no final da época passada, um problema para Paulo Fonseca refletir e tentar prontamente resolver.
1. ENTÃO, NÃO SOBES? Como referi, um início agressivo do Porto. Linhas subidas, circulação de bola segura e um ritmo adequado na 1ª parte. Mas faltou algo bastante importante... profundidade. Nesta altura de pré-época os índices físicos ainda não são perfeitos, sim, há que compreender. Danilo e sobretudo Alex Sandro estiveram abaixo do expectável a aceitável. Depois dos 3 golos na Colômbia espera-se muito de Danilo, isso é certo. Alex Sandro esteve ainda mais discreto. Deverá ser, ainda assim, uma questão de tempo até à forma física dos jogadores em questão voltar à normalidade. Ou pelo menos a um patamar aceitável e consistente.
2. BIPOLARIDADE. Inverteram-se completamente os papéis na etapa complementar deste encontro. Enquanto o Porto acusou algum desgaste da pré-época e dos altos índices de trabalhos, o Galatasaray voltou rejuvenescido dos balneários aproveitando também o pressionar do travão dos dragões. Viu-se um Porto mais recuado e mais cansado, um Galatasaray mais criativo e pressionante. Vá, tendo em conta que estamos apenas na pré-época.
3. UM AVISO, UMA PREPARAÇÃO. O Porto não é equipa que nos jogos se encontre a perder muitas vezes. Hoje esteve a perder a partir dos 70 minutos contra uma equipa de nível de Liga dos Campeões. Apesar duma derrota nunca ser positiva esta acaba por ser uma boa preparação para os azuis e brancos: é sempre positivo saber como atuar e reagir aquando do golo sofrido.
4. OS ARES DE LONDRES. Não é necessário ter um doutoramento para saber que a equipa portuguesa não se dá bem no Emirates Stadium. Para se te der uma ideia: nos últimos 8 anos o Porto jogou 4 vezes no Emirates, todas elas contra o Arsenal. Nunca venceu, perdeu em todas as ocasiões. Sofreu 13 golos, marcou apenas 1. Jogar em Londres torna-se automaticamente num mau presságio para a equipa portuguesa. Terá, ainda assim, hipótese de redenção perante o Nápoles no dia de amanhã.
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