A expressão de Jackson Martínez diz tudo. Desalento, desespero e frustração foram as emoções sentidas pelos portistas após o empate frente ao Gil Vicente em Barcelos naquele que foi um começo em falso dos campeões em título. Noutro plano vemos o registo impressionante dos barcelenses frente ao Porto: os galos não perdem frente ao Porto no seu estádio desde 2005. Na altura a vitória dos azuis e brancos foi conseguida através dum golo no primeiro minuto de... Lucho González. Hoje o argentino tinha um antigo colega de equipa do lado adversário, César Peixoto. Uma peça importante também no sector intermediário da equipa da casa. Os tempos são outros e de notar que, na sua esmagadora maioria, os protagonistas também. Tomara que não...
Em Lisboa houve confronto de titãs. Jorge Jesus versus José Peseiro, com o treinador dos minhotos a conseguir estrear-se com um grande resultado no campeonato. Diga-se que, olhando bem para os resultados dos candidatos ao título, o Braga foi aquele que se pode dar ao luxo de sair satisfeito da jornada. Empatou frente ao vice-campeão continuando assim com os resultados menos bons do Benfica frente ao clube fundado por Celestino Lobo. De resto - e apenas num dado curioso e irrelevante - o Braga atuou com a sua cor original no equipamento, verde. Neste jogo uma nota de destaque para Artur Soares Dias que cometeu um erro imperdoável, fazendo lembrar William Collum no Metalist-Sporting na passada edição da Liga Europa (se bem se lembrar o árbitro assinou grande penalidade de Insúa sobre um jogador dos ucranianos, sendo Xandão quem levou o cartão amarelo nesse lance). Artur Soares Dias expulsou Douglão por acumulação de amarelos, enquanto o jogador que realmente cometeu a infração (mão na bola dentro da grande área) foi Custódio. Conclui-se que o árbitro enganou-se no jogador a amarelar. Caricato, não?
O Sporting escorregou em Guimarães sendo consumada a tradição deste fim-de-semana. Apesar do resultado quem viu o jogo deve partilhar a mesma opinião: infelicidade lisboeta. A equipa de Sá Pinto foi agressiva, dominando o jogo e tentando encostar o Vitória às linhas. Faltou o que o treinador leonino referiu (e bem) nas entrevistas rápidas. E dado o empate sem golos conclui-se que apenas pode ter sido uma coisa: falta de eficácia na finalização. Enquanto há um sentimento agridoce na massa associativa do Sporting os vimaranenses podem-se considerar satisfeitos pelo resultado obtido.
Confirma-se o que se diz: a 1ª jornada é sempre diferente - e difícil para todas as equipas, diga-se -. Até ao momento registaram-se 5 empates em 7 jogos, com Beira-Mar e Académica de Pedro Emanuel a medir forças nesta segunda-feira. Vendo estes registos existem algumas questões naturais que vêm à tona, sendo a mais discutida o porquê dos empates predominantes na jornada inaugural. Maldição, enguiço, nervos, pressão... é o quê? A meu ver é uma mescla das últimas duas opções. É inegável que há sempre um nervoso miúdo antes do início duma época oficial (com a excepção de Marítimo, Porto e Académica), para mais no campeonato. A pressão é também essa inegável e motivo de ansiedade para jogadores, dirigentes e adeptos. Juntando isso aos factores particulares de cada jogo o primeiro jogo do campeonato tem sempre aquela expectativa e pressão extra no ver dos protagonistas. Se bem que, numa jornada onde as equipas estivessem mais ambientadas, os adversários - e isto focando-me nos candidatos ao título - foram de nível bastante exigente.
Então, quem foi o grande vencedor da jornada? Pode-se concluir como sendo o Marítimo de Pedro Martins. Venceu nos Arcos o Rio Ave de Nuno Espírito Santo com um golo tardio. Tem já assim uma imediata margem de manobra para os adversários à Europa que à partida são o rival da Madeira e o Vitória SC. O campeonato e as classificações vão ganhar mais solidez na próxima jornada com o ponto alto a ser o Porto voltar ao Dragão para o campeonato...4 meses depois. Estará lá presente a equipa de Barcelos ou uma totalmente personalizada? Os grandes procuram no próximo fim-de-semana o primeiro triunfo.
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