Jogadores destes são capazes de despertar mil e uma emoções numa pessoa. São capazes de levantá-la no estádio ou fazê-la gritar efusivamente no sofá. Falcao faz a diferença. Fê-lo em Portugal e continua a fazê-lo na Península Ibérica com igual relevância. Ao invés de 4 o colombiano só conquistou 1 troféu nesta época desportiva, um que, curiosamente, já tinha conquistado no Porto de André Villas-Boas. E foi protagonista novamente. Como prova o "tu outra vez" lançado pela glória da Juventus e atual presidente da UEFA Michel Platini na entrega do troféu. Isto para mostrar que Falcao é Falcao. Não interessa o clube, a qualidade e o it factor que o fez brilhar no Porto mantém-se.
Radamel, génio. Dois na final de Bucareste confirmaram-no como o melhor marcador da competição por duas épocas consecutivas. Um grito de revolta e uma forma de calar os críticos que rasuraram a mudança da cor das riscas no princípio da época. O mesmo frisou isso na conferência de imprensa após o jogo, onde estaria ainda extasiado pela busca de dois títulos. Um coletivo e um individual. Seria ingrato colocar a maior cota da responsabilidade no mais recente troféu de clubes da Europa, mas pode-se dizer - e com muita tranquilidade - que foi um dos jogadores que mais trabalhou para lá chegar. Talvez porque é humilde. E isso nota-se. Ora devido ao perfil que aparentemente mostra mas também porque sente o futebol. Isso é uma expressão que deriva ao relativismo, ainda assim. Significa gostar daquilo que realmente faz. A maneira como se atira à bola e às jogadas e a maneira como festeja os seus golos. Sangue latino. Grande tributo à lenda brasileira de futebol, Paulo Roberto Falcão. E desde pequenino se torce o pepino, diz o ditado. Como a esmagadora maioria dos grandes jogadores dos dias de hoje o jovem Radamel começou a jogar futebol no Lanceros aos 12 anos. Apesar disso não se pode comparar com outros jogadores como, por exemplo, Xavi. O experiente médio do Barcelona já jogava no clube catalão aos 5 anos de idade. Impressionante, não? Uma personalidade vem a com a pessoa sendo aperfeiçoada tendo como consequências as decisões que uma pessoa toma na sua vida ou, neste caso, carreira profissional. Trato agora dum tipo de jogador diferente de Falcao. Tipo esse que não sendo tão efusivo nalguns momentos torna-se parte da mobília. Fidelidade. E os culés são um dos maiores exemplos disso mesmo. Xavi, Iniesta e Messi são os nomes mais sonantes do momento. Nenhum deles mostra sinais de descontentamento (pelo menos que se tenha vindo a conhecer no exterior do Barcelona) e nenhum desses jogadores vestiu outro equipamento depois de saberem o que é jogar pelo Barça a não ser a representar as suas seleções. Há duas formas de sentir o emblema. Não o tirando do peito durante anos e anos ou aproveitar o pouco tempo dele com todo o carinho possível. Festejos efusivos, atitude humilde e mentalidade vencedora. Acabei de descrever Falcao.
Momentos que completam e dignificam um jogador de futebol. Golos numa final. Para mais quando se é protagonista nas circunstâncias de Radamel. Abriu o caminho para duas equipas conquistarem a Liga Europa. Em equipas e níveis de pressão diferentes. Numa era a revelação da Europa e noutra era o senhor 40 milhões. Difícil lidar com isso. Depois da cabeçada que bateu Artur na época passada Falcao voltou a ser marcante para a sua equipa marcando dois golos na final frente ao Athletic de Bielsa. Ou melhor, dois coelhos da cartola. Dois golaços de levantar o estádio.
Pinto da Costa disse no passado sábado que perdeu o melhor avançado a jogar na Europa. Sendo ou não pode não estar longe. Falcao faz a diferença e está nos olhos da Europa.
Sinto-me orgulhoso de poder dizer que este jogador passou por Portugal.
ResponderEliminarCraque dos pés à cabeça. Uma capacidade tremenda e caso o queiram tirar dali... vão ter de pagar. E bem.